sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Respeito

Bom, eu ia começar esse post dizendo que eu sou a favor do respeito a todas as opiniões e talz, mas olhando um pocuo pro tema antes de escrever, eu percebi: não eu não sou a favor de respeitar todas as opiniões. Sim, sim, me odeie. Um amigo meu uma vez disse que devemos respeitar todas as pessoas, mas não todos as suas opiniões. Eu tb discordo. Por quê?

Bom, esse tópico na verdade tm a ver com várias discussões que tenho tido ao longo das últimas semanas que me trouxeram a tona um tema que eu jah tinha elaborado há anos, que é justamente o tópico do respeito. Acho q esse é um tema importante, já que eu reivindico respeito à minha opinião, assim como sou defensor ferrenho da democracia (não a burguesa, que de democrática não tem nada). Logo, como esse é um tema relacionado, nada mais justo.

Mas, pra além disso, eu participei de alguns tópicos em que o ponto do respeito foi levantado, como o fato de que eu sou ateu e acho a religião um problema pra humanidade, ou o fato de que sou Rockeiro e não gosto de outros estilos de música, ou o fato de que sou poliamorista e sou contra a monogamia.

Primeiro, vamos esclarecer o termo: Respeito.


Obviamente, as pessoas em geral não usam respeito no sentido do dicionário, mas também me parece que elas não usam um significado só para o termo quando discutem.

Uma parte das pessoas diz que, para ter respeito pela opinião de outra pessoa, eu não posso dizer que ela está errada. Alguns chegam a abrir uma excessão e dizer que ela está errada só pra mim. É muito comum as pessoas reclamarem de que em discussões as outras dizem que você está errado e coisas do tipo.

Essa opinião basicamente se estrutura em cima da concepção de que a realidade não é externa ao indivíduo, mas que ela é formada pelas percepções individuais, ou seja, que as opiniões são dadas pela subjetividade e que, portanto, se existe uma realidade ela é absolutamente inalcançával ou ela simplesmente não existe. Partem da idéia de que a realidade é um prisma constituído pelas concepções individuais e que estes indivíduos é que são os constituidores da realidade, inclusive social, e não o contrário. Relações sociais seriam posteriores aos indivíduos, sendo formadas pela combinação dass concepções de cada um.

Por isso, não faria sentido dizer que qualquer pessoa está mais próxima da realidade, já que a realidade é exatamente as opiniões das pessoas, portanto, opinar sobre qualquer opinião de qualquer pessoa seria, basicamente, tentar impôr, de fora pra dentro, uma concepção de realidade que é tão válida quanto a do outro, ou seja, que é tão verdadeira quanto a do outro, por que a realidade é relativa. Seria, em última instância, essa tentativa de impôr uma verdade para fora de si mesmo que teria gerado toda a violência da história da humanidade, todo o totalitarismo, toda a opressão.

Bom, primeiramente, eu gostaria de dizer que me entristece muito ver que depois de tantos séculos de luta contra formas absurdas de opressão, escravidão e violência, depois de tantos séculos de luta pelo estabelecimento de um mundo racional, eu tenha que me dar ao trabalho de ao menos conhecer essa asneira toda e ver que ela tem significância. Sim, sim, asneira.

Sejamos sérios: a realidade não depende do que você acha. Se eu te tacar de um prédio, não importa o quanto você acredite que vai voar, você vai se esborrachar no chão. Ponto! Se a pessoa que está caindo for louca e simplesmente acreditar que vai voar, isso não faz com que ela de fato vôe! Isso simplesmente faz com que a concepção que a pessoa tem sobre o fenômeno que ela está percebendo seja distorcida, mas, o fato de que podemos testar e re-testar a afirmação de que a pessoa caiu do prédio, o fato de que isso deixa resquícios, o fato de que todos os outros conseguem perceber que a pessoa caiu se olharem e o fato de que, mesmo não querendo, somos capazes de descobrir coisas que não gostamos e ser confrontados com a realidade que negamos, são evidências fortíssimas de que a realidade existe para além de nossa vontade ou imaginação.

"- Ah, mas as pessoas têm opiniões diferentes." Sim, e daí? "- Isso prova que a realidade é relativa." O.o Peraí! cadê a relação entre uma coisa e outra??? as pessoas terem opiniões diferentes tem a ver com o fato de que nós somos pessoas limitadas pela nossa finitude real - somos uma merdinha de pedaços de carne ambulante num planetinha de merda num sistema solar minúsculo numa galáxia pequeninha de um universo inimaginavelmente gigante. Por sermos tudo isso, não temos a porra do dom da onisciência e, por isso, sempre estaremos limitados na nossa capacidade de saber sobre o mundo e de falar sobre ele, e, portanto, tenderemos a ter opiniões divergentes, por que percebemos o mundo de lugares limitados diferentes. Mas isso é uma limitação, não uma exclusão absoluta.

"-Ah, mas se somos limitados você nunca vai saber com certeza se tal coisa está certa ou errada." ¬¬; Com certeza? com certeza absoluta, daquela irracional e incontestável que os religiosos têm em seus dogmas, realmente, eu nunca terei. Mas não é esse tipo de certeza que estou procurando!!! Sou um racionalista e cético, estou procurando verdades provisórias das quais eu possa ter o máximo possível de confirmação e evidências e com as quais eu possa ter alguma possibilidade mais concreta de que meu pensamento corresponda corretamente à realidade. Se você ainda não entendeu, talvez isso aqui te traga mais esclarecimentos.

De qualquer forma, eu posso não ter plena e absoluta certeza do que penso, mas é justamente por isso que defendo a democracia operária e, portanto, a liberdade de expressão, por que acho que, justamente por sermos limitados, é produtivo pra humandiade que várias opiniões se expressem e se confrontem para que, com as avaliações de cada concepção, seus testes e comprovações, possamos chegar a resultados melhores para a humanidade. Ou seja, a contestação é um elemento fundamental para o desenvolvimento da humanidade.

Essa concepção de realidade q apresentei (pós-moderna), no entanto, pode parecer muito libertária, mas é, na verdade, asbolutamente conservadora: nunca posso questionar a opinião de ninguém, logo, todos as coisas continuarão a ser como são para sempre. Isso faz sentido se acreditar na asneira de que a realidade é relativa; mas ela obviamente não é.

E, pior, diz que tentar convencer alguém de alguma coisa é impositivo por que nega a opinião da pessoa, que é tão válida quanto; mas a minha opinião é justamente de que ela está errada! Se eu não opinar de que ela está errada, eu estaria negando a minha própria opinião, e, portanto, ao me dizer que não posso convencer ninguém, você está, sob seu próprio critério, sendo autoritário com a minha opinião e, portanto, negando-a e impondo a sua a mim. Reclama do meu juízo de valor da opinião do outro? Não é exatamente o que você está fazendo? está considerando minha opinião autoritária e, portanto, na sua perspectiva, negativa, e, portanto, valorando-a e sendo, assim, sob seu próprio critério, autoritário.

É uma roda da qual não é possível sair pelo simples fato de que qualquer opinião sobre o mundo indica uma forma de lidar com ele e, portanto, um comportamento desejavel; ou seja, toda e qualquer forma de pensamento necessariamente envolve opinião e, necessariamente é uma avaliação do que há fora de você e, portanto, nega necessariamente as opiniões divergentes; portanto, o simples falar já é contraditório com esse pressuposto, já que é uma forma de externalizar suas concepções, o que é necessariamente expressar sobre o mundo a sua visão subjetiva; mais, pensar, em si mesmo, é um ato autoritário, já que ele pressupõe que você fará distinções entre o verdadeiro e o falso, distinguir o que acha correto para si mesmo ou não e isso, em si, já é um juízo de valor e uma análise de validade, seja qual for a base que você use. No final das contas, pensar assim ou não é ser autoritário de qualquer forma.


Se a realidade fosse relativa, teríamos que ver estatisticamente as proporções entre opiniões do mundo se mantendo as mesmas para sempre ou teríamos que vê-las mudando de maneira absolutamente aleatória. Nenhum dos dois acontece.

"- Ah, mas isso é por que os pensamentos são impostos por concepções blábláblá" Seu imbecil; você acabou de negar o pressuposto do qual você partiu, de que a realidade é relativa e de que as opiniões são absolutamente subjetivas - você acabou de adimitir que algo externo a uma pessoa pode fazê-la ter tal ou qual opinião, independe de se você acredita que essa influência é forte ou não. Você já entrou em contradição com seu próprio pressuposto.

Se algo externo pode causar impressões nas pessoas a ponto de estipular uma forma de pensar específica e torná-la regular, você tem que adimitir também que as impressões em geral que recebemos podem influenciar nossas concepções, e, logo, que existe algo externo a nós e que nos determina, e, logo, que a realidade não é relativa. Ponto.

Aí vamos à questão: se a realidade não é relativa, não se pode dizer que discordar é um ato de autoritarismo, nem tentar convencer alguém de algo diferente do que ela pensa. Se o tema é o que ela acha que pensa, ela é o critério de verdade, já que ela é a própria fonte de dados; mas se estamos falando de qualquer outra coisa, temos que levar em conta a realidade externa a nós e, portanto, algo de coletivo. Se existe uma realidade externa a nós, é lógico que existem formas mais corretas de entendê-la e formas mais apropriadas para lidar com ela, a depender dos critérios e do tema. Já que a realidade é externa, não depende de nossa vontade, lidar com ela tem a ver com saber como ela funciona e tentar criar formas contundentes e úteis de realizar nossos objetivos sobre ela. Se concordamos nos objetivos, por mais abstratos que sejam, teremos formas concretas de lidar com a realidade que serão discutíveis, debatíveis, contestáveis e convencíveis.

Convencer em uma argumentação justa e embasada não é, portanto, negar o outro, mas é sim ajudá-lo, é aprimorá-lo, é aproximá-lo da realidade que tentamos entender, é compartilhar o que sabemos do mundo com outra pessoa, seja isso sobre o que o mundo é hoje, seja sobre como lidamos com ele. Ser convencido, portanto, numa argumentação justa e embasada não é ser negado, mas ajudado, aprimorado e aproximado da realidade. Essa lógica é constestatória, permite mudança, razão e valorização da opinião do outro.

Bom, temos o segundo conceito de respeito: o de que respeitar é de não desrespeitar (?) a pessoa pelo que ela pensa, não discriminá-la, etc.

Isso é parcialmente correto. Nem toda opinião merece respeito dessa maneira também. Uma pessoa que acha que pode matar quem ela quiser quando quiser sem avisar nada, merece confiança? Não ter confiança nessa pessoa não é um comportamento discriminatório? Então, para não discriminar essa pessoa, você teria necessariamente que ser um otário e confiar nessa pessoa? Discriminar não é ter preconceito, é tratar de maneira diferente (por isso políticas específicas para grupos oprimidos são chamadas de "discriminação positiva"), logo, toda pessoa é discriminatória, seja em menor ou maior grau e isso não é errado. Criar entradas especiais para deficientes físicos em ônibus é uma discriminação, mas ela é óbvia e necessária, pois ela melhora a vida do deficiente, permitindo a ele que entre no ônibus com mais facilidade; ao contrário, não fazer isso é discriminá-lo de maneira negativa, prejudicando-o, etc. Nesse caso, essa discriminação não o beneficia, mas o prejudica (e, diga-se de passagem, não beneficia ninguém especialmente, só deixa de beneficiar o deficiente ¬¬).

Discriminação é diferente de preconceito. Mas nem esse último eu acho necessariamente ruim. Preconceito nada mais é do que pré-conceito, um conceito prévio, uma idéia pré-concebida de alguém ou alguma coisa baseada numa informação que você tenha. Oras, não fazemos isso o tempo todo? isso é essencial para a nossa sobrevivência, é conseqüência da nossa experiência! Se eu jah li mt sobre um povo e vou para um lugar onde esse povo existe, eu esperar que ele seja como eu li é uma forma de preconceito, e isso não é ruim. Não entrar numa rua por que ela é escura, vazia e cheia de pivetes é também preconceito, mas não é ruim. O pensamento humano é naturalmente associativo, por isso, naturalmente fazemos avaliações preconceituosas sobre as pessoas, analisando-as e pressupondo quais serão seus próximos passos e palavras; faz parte de uma forma bem útil de tentar analisar o futuro e nos precavermos de adversidades.

Estão defendendo o preconceito e a discriminação? não em absoluto. Estou dizendo que o problema dessas coisas não está na lógica que elas usam, mas em outras concepções que se associam por que estas formas de pensar e agir estão ligadas a uma realidade social e concreta; é uma questão de desnaturalizar a idéia de que são coisas necessariamente ruins.

Não gosto de usar o termo minorias ou discriminados ou vítimas de preconceito para negros, mulheres e LGBT, e não é por que eu ache que eles estão muito bem no nosso mundo; não uso por que prefiro o termo "oprimidos" - não importa se os negros e mulheres são maioria e nem se as pessoas acham subjetivamente que eles são iguais a brancos e homens, importa que eles são oprimidos. Ponto. Importa que eles estão inseridos numa relação desigual na qual eles, por um critério de nascimento, de condição de vida, estão subjugados a um conjunto de condições de vida adicionais que nada têm a ver com quem eles de fato são ou com o que pensam - é uma relação social objetiva, que os coloca num lugar social determinado, que é desprivilegiado.

Posso não ter direito legal (foda-se) mas eu não vou deixar de ter preconceito e ser discriminatório com um racista, nem com um masculinista, nem homofóbico, nem vários outros grupos de opinião... sabe por quê? por que eu não acho q a opinião deles tenha qualquer validade - ela não tem nenhuma base em nenhum dado concreto, nenhuma evidência, apenas mantém um comportamento e uma concepção que nega a bilhões de pessoas direitos, igualdade e a capacidade de se desenvolverem enquanto seres humanos. Isso limita o desenvolvimento da humanidade e fode com a vida dessas pessoas por coisas triviais, como ter um boceta e não um pau, gostar de pessoas do mesmo sexo ou ter melanina "demais" na pele. Eu conheço suas formas de pensar, entendo elas profundamente, o suficiente pra ter plena consciência de que estão quase totalmente descartadas como realidade. Nunca vou chamar um masculinista/machista pruma orgia, por exemplo. Estou sendo discriminatório com ele sim, por que estou preservando as mulheres envolvidas, por que estou atuando no sentido de criar um mundo em que estas pragas não existam e mulheres possam ser plenamente desenvolvidas enquanto seres humanos, sem terem que superar entraves absurdos e serem superexploradas por capitalistas sanguessugas.


Não respeito capitalistas. Quero vê-los, de maneira geral, mortos. Eles são um entrave absoluto para o desenvolvimento da humanidade e não serão convencidos do contrário. Eles sim impõem condições objetivas desfavoráveis para bilhões de pessoas, causaram a morte e o sofrimento de gerações e não podem existir como burgueses sem isso - e quando tentamos convencê-los ou forçá-los, eles nos matam e torturam; isso é da natureza das relações de classe.

Nada disso quer dizer que odeio todos que pensam diferente de mim. Pelo contrário, em geral tenho a postura de ouvir bastante o pensamento da maior parte das pessoas com as quais tenho contato. Por acreditar que divergências de opinião são úteis para o desenvolvimento humano, tenho sempre um "respeito" a priori pelas pessoas e sua capacidade de pensar sobre as coisas. Ao mesmo tempo, eu ter uma atitude discriminatória com uma pessoa por ela ter uma opinião da qual eu não concordo, não implica em que eu a trate como um pedaço de merda - em geral, não sou desrespeitoso com quem não é comigo (muitas vezes, aliás, sou respeitoso demais com quem é desrespeitoso comigo).

Na verdade, tenho amigos burgueses, amigos que já me disseram que matariam caso minhas idéias começassem a crescer, amigos que defendem o extermínio físico de pessoas que pensam como eu. Tirando o fato de que não confio neles pra tudo (especialmente coisas políticas) e de que provavelmente em algum momento nós iremos tentar matar uns aos outros, todo o resto de nossa convivência pode ser preservado - posso inclusive contar com alguns deles pra minha vida pessoal. Esse é só o meu caso, né, entendo que alguém não queira interagir bem com quem quer te matar.

A questão é que cada coisa tem seu lugar, cada concepção tem seu valor em sua área específica de abrangência - local de nascimento, cor de pele, sexo, orientação sexual, etc, não são fatores suficientes pra me dizer nada sobre a pessoa senão o das relações sociais nas quais estão inseridos; todo o resto eu tenho que descobrir depois. Não vou cortar relações com uma pessoa por que ela é monogâmica, nem vou achar ela uma idiota por que é religiosa, apesar de querer tanto que a monogamia quanto a religião sejam eliminadas do mundo.


Aliás, querer que algo seja exterminado do mundo, não quer dizer que eu queira que as pessoas que defendem isso sejam exterminadas e nem que eu quero que suas opiniões sejam impedidas de serem manifestadas - algumas sim, outras não.

Opiniões que prejudicam outras pessoas e que não têm evidência concreta de sua razão devem ser sim impedidas de serem manifestadas, como o racismo, o machismo e a homofobia, por exemplo. Opiniões que prejudicam a própria pessoa e que fazem a pessoa prejudicar outras pessoas que estão em relação com ela, como apoio à Homeopatia, Religião ou à Monogamia, não devem ser proibidos, mas devem ser debatidos livremente - e eu acredito que debater esses temas combinado com criar uma sociedade melhor, socialista, é que será o método para extinguir essas coisas do mundo; basicamente, convencimento e eliminação das relações de poder que impõem a necessidade de existência dessas coisas. Opiniões que não fazem mal a ninguém, ou só à própria pessoa, são absolutamente indiferentes, apenas motivo para brincadeiras e piadas casuais sobre as diferenças de gosto, como, por exemplo, gostar de axé ou de sertanejo, gostar de chocolate branco ou preto, roupas amarelas ou azuis, de ser saudável ou ser trash, usar drogas ou não, etc.




Sim, sim, eu sei, muitos me odeiam por causa disso tudo. E não eu não vou responder, por que discussão pela internet é inútil. E sim, eu sei que tem mta coisa de fora ou excessivamente resumida, mas isso aqui é um blog, não um livro :P então no futuro eu escrevo mais :)

Valeu, galera, mta paz, sexo & rock n' roll!

5 comentários:

  1. Nem acredito q li tudo! \o/ E concordei. Só tenho duas observações.

    1- Vc sabe q pareceu meio esquizofrênico, principalmente quando ofendeu o seu oponente fictício, ne? Eu tb já fiz isso na SD, mas eu admiti q seria um post esquizofrênico. =P

    2- Vc ficou muito preso ao respeito à opinião, pensamento e talz. Essa observação aqui ainda tá meio crua. Refletirei melhor depois. Mas acho q ficou mais legal qnd vc falou sobre discriminação e preconceito. Me interessou provavelmente por causa das discussões lá na SD q vc tem acompanhado. Achei válido o q vc disse no final, diferenciando quais opiniões devem ser livres ou não (embora eu discorde).

    Gostei da ideia d discriminação positiva. Ñ conhecia. Nunk tinha parado pra pensar dessa forma.

    Mas queria deixar uma pergunta... A forma como vc se refere a capitalistas, por exemplo, é extremamente desrespeitosa na minha opinião. Não parei pra definir exatamente o q eu considero desrespeito, por enquanto é só uma impressão, não um enquadramento. Mas o fato é q achei q vc foi. E não tiro a sua razão d ser. Vc mesmo disse q faz isso pq os considera um "entrave absoluto para o desenvolvimento da humanidade" e mais um monte d outras coisas. Provavelmente entra na sua categoria d ideias q deveriam ser proibidas. Mas acredito q dá pra fazer isso sem desrespeitar esse seu "inimigo". E vc, q normalmente se mostra tão sensato e respeitador, opta por abrir uma exceção pra alguns de seus "inimigos". Minha pergunta é: por que você se permite desrespeitar alguns e outros não?

    Talvez ñ dê pra responder pq eu ñ consegui definir meu conceito d desrespeito, mas juro q tentei me fazer entender.

    Os argumentos q vc usou pra falar sobre a opinião dos capitalistas não me pareceram suficientes pra justificar o desrespeito.

    Fiz essa pergunta pq tenho pensado bastante sobre o assunto também e vi q eu abro a exceção do desrespeito quando se trata de religiosos, principalmente os cristãos, de pessoas q estão convencidas da existência d alienígenas (discutindo raças e coisas assim) e algumas outras ideias ligadas a espiritualidade. Ainda não me entendi. Talvez uma explicação sua me ajude a me enxergar nas suas atitudes e me compreender melhor.

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  2. Então, Will,

    1 - de fato :P mas vale pro processo argumentativo ^^ simular a opinião do oponente é sempre válido pra deixar as coisas sem dúvidas, eu acho!

    2 - Verdade; é q oq me mobilizou foi em relação a opiniões mesmo, saca? Eu devia ter especificado, mas não queria ter me restringido pra escrever.

    Então, sobre os burgueses, eu nem tava falando dos direitistas em geral; burguês é uma classe social, então eu não respeito nenhum deles a priori, ou seja, não tenho problemas em mentir pra eles ou não lhes deixar falar, por exemplo. Mas os meus amigos especificamente não são propriamente burgueses, mas mesmo que fossem, ganharam meu respeito individual especificamente no meu trato com eles - não teria problema em mentir pra eles se trabalhasse pra eles ou estivesse organizando a greve dos trabalhadores deles... fico confuso ou deu pra explicar?
    Quanto às opiniões que você derespeita, acho que é válido a gente zoar elas, ou reclamar delas, mas acho que só entre nós, que não acreditamos. Zoar elas aleatoriamente é um desrespeito escroto, eu acho, mas discutir com elas acho válido, inclusive dizer que essa opinião não faz nenhum sentido e talz. Mas tudo depende do conceito de respeito que você tá usando... acho que isso é o mais fundamental.

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  3. Rafael, a única coisa que quero acrescentar é sobre o final, quando você falou o tal "gostar". Especialmente no campo musical, uma coisa que vejo muito acontecer é que esse preconceito musical além de ser prejudicial é usado para disfarçar preconceito de classe e até mesmo racismo.

    Vou usar o exemplo do funk porque é onde mais vejo isso acontecer. O funk é desprezado para caralho porque é incomodo pensar que a pobreza tem voz. Eu diria que o rap também sofre muito disso, mas como o rap ainda é marginalizando não incomoda tanto, ao contrário do funk e de sua popularização. A contestação do funk não é por ter letras machistas, opressoras ou violentas em qualquer instância, afinal, isso a gente tem em todos os outros gêneros que tocam no rádio, que fazem sucesso entre a jovem burguesia. A contestação é por falar de sexo "vulgar" porque a nossa sociedade branca e burguesa não chupa ninguém, não faz orgia, nem anal, nem nada disso. Sexo de branco é limpinho.

    Enfim, o problema do funk e todas as críticas dirigidas a ele são por ser música de pobre e de preto, além claro, de mulher biscate. Portanto às vezes esse tipo de gosto, de brincadeira, de qualquer coisa do tipo só é usado para disfarçar esse tipo de coisa.

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  4. Pow, Paula, concordo contigo totalmente! Aliás, geralmente ouço críticas a quem critica o funk com as quais eu não concordo, mas concordo plenamente com vc!
    Agora, só adicionando,...
    Eu, particularmente, critico o funk por ser machista e arma ideológica do tráfico, assim como critico o pagode por ser machista/moralista e arma ideológica da burguesia (oq tb engloba o tráfico); muitas bandas q curto, no entanto, tb são isso, então meu desgosto pelo Funk é estético e cultural (não sou ouvinte de Rock, sou Rockeiro).
    Mas não gosto quando as pessoas exigem respeito "musical" direcionando suas críticas aos rockeiros especificamente ou subjacentemente. Tratam como se fosse igual ser tratado como bandido/filho-do-diabo/vilão-de-filme-de-verão-americano por vários anos de sua vida, inclusive por funkeiros, a falar mal de funk ou pagode ou sertanejo, etc. É diferente. Mtos rockeiros têm repulsa pelo funk e outros estilos justamente pq quando vêem nos recriminar pela nossa cultura, a alternativa de "inserção" na cultura comum, em geral, vem com se inserir nos hábitos do axé, do pagode e do funk, inclusive. Daí o termo de um amigo meu, que acho justíssimo, que é o do "Funkodeiro". Nessas circunstâncias, é normal que os Rockeiros assumam, em geral, o argumento (errado) q vc (com toda razão) criticou.

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  5. Rafa, nem eu acredito que além do texto gigante li tambem os comentários ... eu tenho uma verdade absoluta pra te dizer... troca essa fonte dos comentários do blog, senão eu não volto nunca mais... puta sofrimento pra ler esses comentários! Eu sou miupe, porra! :D

    Sobre a temática eu quero voltar nela, mas pessoalmente, que a gente conversa melhor... eu concordo com algumas coisas, mas não com tudo e não vou saber elaborar minhas idéias e pautá-las aqui tão bem agora para dar seguimento no argumento... to enrolado, para variar no trabalho!!!

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